Dilemas profissionais de um jovem-adulto

É um fato conhecido que um jovem precisa saber o que quer fazer para o resto da vida aos 18 anos, caso queira ter algum sucesso. Aos 23 é imprescindível que detenha a posse de um diploma, preferencialmente pendurado na parede, e um emprego estável que lhe pague um generoso V.A.. E não há nessa trajetória programada espaço algum para arrependimento.

Ainda que você seja flexível, realista ou minimamente empata, é capaz de compreender alguém que abandonou o curso superior uma ou duas vezes, mas não mais que isso. E certamente alguém que passou dos 25 e não faz a menor ideia do que pretende para o próprio futuro profissional, é um caso perdido.

Todas as métricas são rigorosamente estabelecidas com números e prazos, como se se tratasse de uma complicada equação matemática em que apenas um resultado é aceitável. E que os deuses nos livrem de um sinal errado, uma vírgula deslocada ou uma casa decimal a menos. Como se a vida, com toda sua complexidade e diversidade, coubesse dentro de uma equação.

Então é comum que as pessoas desistam e aceitem a inverdade de que é tarde demais para mudar, desperdiçando sonhos, força de vontade e talento. E se engana quem pensa que o único infortúnio desse padrão é um coração desolado. Temos músicas que nunca foram compostas, livros que nunca foram escritos e casas que nunca foram tão bem construídas ou projetadas.

É preciso ter muita coragem para afrontar o julgamento da sociedade — e da família — para arriscar uma mudança sem nenhuma garantia de sucesso. Gostaria de dizer "Tentem! Se inspirem na minha história bem-sucedida.", mas sigo em busca da coragem necessária. Talvez, caro leitor, esteja se identificando com este texto e, neste caso, boa sorte, meu(a) amigo(a).